A incerteza paira sobre a minha origem. Há quem diga que eu nasci na China, no séc. I D.C. Outros dizem que foi em Trábia, numa cidadezinha perto de Palermo, na Itália, no ano de 1154 D.C. Mas o certo mesmo é que há indícios sobre minha existência antes mesmo das pirâmides de Gizé serem construídas.
Eu já estava aqui quando inventaram a roda e li as primeiras palavras escritas. Eu vi as cidades crescendo em volta do Mar Egeu e o Stonehenge sendo construído de acordo com as fases da Lua. Assisti ao início do Império Assírio e, na China, alimentei toda a Dinastia Shang. Os etruscos me levaram para o Velho Continente e vi o Rei David unir Judá a Israel. Mas triste mesmo foi ver os lindos Jardins Suspensos da Babilônia serem destruídos pelos persas.
Eu vi a ascensão e o declínio do Império Romano e os três Reis Magos seguindo uma estrela. Enquanto na China unificada, a bússola indicava o caminho a ser seguido, o Budismo chegava ao Japão e eu à Itália, levada por Marco Pólo.
Nas Américas, os Incas construíam Machu Picchu, enquanto os Maias viviam o apogeu. Na Ásia, quem reinava era Gengis Khan e, na Europa, Joana D’Arc foi considerada bruxa. Quando Gutenberg inventou a imprensa , noticiando a queda de Constantinopla, vi nascer a Idade Moderna. Lembro das obras de arte renascentistas, de Colombo descobrindo a América e de Cabral pisando em terras tupiniquins.
Mais tarde, assisti à Revolução Francesa e a transição para a Idade Contemporânea. Viajei com Charles Darwin pelo mundo e já estava aqui no Brasil quando Dom Pedro I declarou a independência. Dancei nas rodas de samba na casa da Tia Ciata, na companhia de Pixinguinha, Sinhô e João da Baiana. Fechei os olhos diante das duas tristes guerras, mas continuei alimentando a todos que necessitavam da minha presença. Mas tive a alegria de ver o homem pisar na Lua e de vibrar com os dribles do Mané e com os gols do Pelé.
Dentre as diversas versões sobre o meu surgimento, uma ganha destaque: minha história se iniciou em 10000 A .C., com os primeiros relatos sobre a dedicação do homem à agricultura. Mas foi aproximadamente no ano 7000 A .C. que o homem e o trigo cruzaram seus caminhos.
Os cereais inicialmente eram colhidos todos juntos. Mas de colheita em colheita, de geração em geração, o homem começou a separar os cereais e a manipulá-los. Dessa forma, os grãos do trigo foram separados dos outros cereais e depois moídos. A farinha foi amassada e misturada à água, dando origem a uma massa fina, que era posta sobre uma pedra quente e aquecida.
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